Como usar o storytelling para engajar os seus leitores (e torná-los verdadeiras fãs do seu blog)

Storytelling é uma estratégia poderosa de contação de histórias que te permite se conectar automaticamente com seus leitores.

Storytelling, ou o ato de contar histórias para as outras pessoas, é uma prática que existe desde sempre, sendo considerada milenar. Não é à toa que antigamente, as histórias foram o caminho principal de comunicação para transmitir ideias e valores de determinado povo para as gerações futuras, os mitos gregos e romanos são exemplos claros disso. 

O que poucas pessoas se dão conta é que a utilização dessa prática de contar histórias pode ser muito benéfica para blogueiros, uma vez que histórias bem contadas chamam a atenção das pessoas e engajam os leitores de uma maneira jamais vista.

Como a atenção é a principal “moeda” do mundo de hoje, o storytelling se mostra um grande aliado na busca de novos clientes, leitores e fãs da sua marca. Porque para você estar na mente do seu público, é necessário criar conexões emocionais fortes com ele. 

É nesse ponto que o storytelling se destaca. Com uma história bem contada (e bem filtrada de acontecimentos, como discutiremos nas próximas linhas), a conexão emocional com seu leitor pode ser tão forte ao ponto de dar vida aos seus textos, fazendo com que ele seja um verdadeiro ímã de novos leitores e clientes.

Nesse artigo, discutiremos como utilizar o storytelling como ferramenta de engajamento para blogueiros. Acredite, você só tem a ganhar com esse conteúdo. Com certeza o que traremos aqui será o divisor de águas entre um público pouco engajado e um apaixonado pelo seu blog.

0 que é storytelling e por que é importante para o engajamento do leitor

Storytelling é o termo em inglês para “contação de histórias” (em português parece incomum, já que quase ninguém usa a palavra “contação”, não é mesmo?”. Em resumo, é a estratégia de criar textos que sejam emocionalmente conectivos com as pessoas, para estimular que elas tomem ações específicas, como comprar produtos, compartilhar a história de uma marca ou se identificar com seu blog, por exemplo.

As pessoas respondem bem a histórias bem contadas porque é como estamos acostumados a repassar valores há gerações. Um exemplo de como o storytelling impacta nossos valores é através dos ditados, histórias curtíssimas reduzidas a simples frases, mas com contexto significativo:

  • “Quem avisa amigo é”.
  • “A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco”.
  • “Filho de peixe, peixinho é”.

No marketing, a história correta é “fabricada” para se ater aos pontos de conexão com o público, o que gera uma conexão muito forte com ele.

Always e a campanha #likeagirl

A Always, fabricante de produtos higiênicos femininos pertecente ao grupo Johnson & Johnson, no ano de 2014 decidiu pegar o termo pejorativo “like a girl” (como uma garota) e ressignificar para seu público. O termo em questão é utilizado quando alguém diz que a outra pessoa faz algo com pouca habilidade ou com menos força. Por exemplo: “Você bate como uma garota” ou “Você joga futebol como uma garota”.

Pensando nisso, a marca americana ressignificou o termo, contando histórias visuais de mulheres em situações de extremo poder e dizendo que elas faziam isso “como uma garota”. 

Cada uma dessas histórias comoveu o público e o engajou, fazendo ser uma campanha de sucesso da marca e lembrada até hoje como uma prática efetiva e bem sucedida de storytelling.

O que é preciso para usar storytelling?

o que precisa para usar storytelling

Diferente do que algumas pessoas pensam, storytelling não é apenas “criar uma história legal” que vai chamar a atenção das pessoas. Para isso, é necessário alguns pontos importantes. Falaremos sobre eles a seguir.

1. Conhecer o seu público

Como a história precisa ser voltada para as necessidades do seu público, é necessário compreender as principais dores dele ao escrever sua história. Por exemplo, como um blog que cria conteúdo para ajudar blogueiros a crescerem, tenho certeza que suas principais dores são:

  • Você escreve para o seu blog, mas fica frustrado quando ninguém comenta ou quando não vê seus números de visitantes aumentando.
  • Você se pergunta se deveria gravar vídeos para o YouTube ou TikTok, porque parece que a escrita não tem mais tanto espaço assim na internet.
  • Você sente que está escrevendo “para ninguém”, porque pouquíssimas pessoas (ou nenhuma) dão um feedback real dos seus textos.

Conhecendo as dores do seu público, é possível criar uma história que se conecte com ele e o ajude a alcançar seus verdadeiros objetivos.

2. Ter uma estrutura de história cativante, mas com informações reais

Existem estruturas de histórias validadas que te ajudam a “já saber o que escrever” para cativar seus leitores. A mais conhecida é a jornada no herói, criada pelo antropólogo Joseph Campbell em 1949 e utilizado em quase todos os filmes atuais da Marvel, por exemplo:

Mundo cotidiano: o herói começa a jornada em seu mundo comum

Lá estava eu, mas um dia escrevendo textos que ninguém leria no meu blog. A sensação de escrever para eu mesmo me corroía diariamente e eu me perguntava porque os outros blogueiros tinham reconhecimento e dinheiro e eu era mais um desempregado, tentando ganhar dinheiro pela internet. Infelizmente, sem nenhuma perspectiva de sucesso”.

Chamado à aventura: o herói recebe um chamado para se aventurar em um mundo desconhecido 

Foi aí que decidi parar de focar na escrita, quase desistindo do meu blog, e me debrucei no mundo do marketing. Percebi que nada daquilo que eu estava fazendo era certo. Eu passava dias para publicar o texto que considerava perfeito, mas que minha audiência rejeitava arduamente. Vi que finalmente conseguiria escrever conteúdos persuasivos que impactaram meus leitores”.

Recusa do chamado: o herói recusa o chamado por insegurança ou obrigações que o deixam preso no seu mundo comum

Mas eu não era marketeiro, não era um “enganador de pessoas” e todas as estratégias pareciam passar essa ideia de “mentir para as pessoas para vender algo”. Desanimei e acabei me afundando na própria escrita novamente. Sim, aquela que ninguém tinha o mínimo de interesse nela.

Encontro com o mentor: o herói consegue a ajuda de alguém (ou de algo) e finalmente consegue se desprender de seu mundo anterior 

Foi em uma dessas quedas à quase depressão que conheci o fulano de tal, um especialista em produção de conteúdo para blogs que me mostrou que o marketing não é enganação, mas solução para os problemas dos leitores. Ele me ajudou a ressignificar que vender não era errado, que escrever materiais persuasivos não era errado, que ajudar outras pessoas em troca de algo não era errado.”. 

Travessia do primeiro limiar: o herói ultrapassa sua primeira barreira

Com essa ressignificação em mente, passei a escrever conteúdos que utilizam conceitos do marketing para atrair pessoas. Me assustei com o resultado: pela primeira vez um artigo meu passou de 12 mil visitantes mensais. Era assustador parar para pensar que 12 mil pessoas liam meu conteúdo todos os meses. Em um ano, isso dá 144 mil pessoas visitando meu blog, eu nem sabia se meu provedor de hospedagem suportava isso.”

Barriga da baleia: momento em que o herói se separa por completo do seu mundo original

Graças aos meus textos, eu finalmente passei a ganhar dinheiro de verdade. Passei de um desempregado que ainda morava com minha mãe, para um empreendedor digital que estava faturando 3 mil reais todos os meses. Eu sei, pode não parecer muito, mas para quem não tinha um mísero centavo, eu já me dava por satisfeito”.

Normalmente, a maioria das histórias de marketing vão até essa etapa, mas há ainda outras, normalmente alinhadas à história de sequências, são elas:

  • Estrada de provas: provações que o herói enfrenta para se transformar.
  • Encontro com a deusa: quando o herói ganha itens que o ajudarão no futuro, normalmente de uma “deusa” ou criatura mítica superior.
  • Tentação: quando o herói quase cai em tentação, atraído por algo que tenta desviá-lo da missão.
  • Sintonia paterna: momento que o protagonista confronta a figura paterna (ou o mentor).
  • Apoteose: novo patamar de compreensão atingido pelo herói.
  • Grande conquista: o cumprimento da missão do protagonista.
  • Recusa do retorno: momento de resistência do herói ao ser convocado para voltar ao mundo normal.
  • Voo mágico: o caminho de volta até a vida comum.
  • Resgate interno: quando amigos (ou amigo) ajudam o protagonista a retornar à vida normal.
  • Travessia do limiar de retorno: capacidade de guardar a sabedoria na viagem e passá-la adiante (se tornando uma espécie de mentor). 
  • Senhor dos dois mundos: momento de equilíbrio entre a vida normal e a jornada. 
  • Liberdade: momento em que o herói perde o medo da morte (ou do que mais o amedrontava) e vive a liberdade plena.

Não é obrigatório utilizar todos os pontos da história acima. Muitas vezes, alguns são ignorados e outros não fazem sentido a depender da narrativa que queira produzir. Logo, opte pelo que for positivo para a mensagem que deseja passar a sua audiência.

3. Escrita persuasiva

escrita persuasiva

Além de escrever a história, é necessário escrevê-la de forma persuasiva, valorizando as palavras corretas para alcançar as emoções do seu público. O nome dessa técnica é copywriting e também é muito utilizada no universo do marketing.

O que é copywriting?

Copywriting é a palavra em inglês que pode ser traduzida como “escrita persuasiva”. Ela é uma estratégia de produção textual que visa atingir os sentimentos do leitor, fazendo com que ele se conecte ao texto e cumpra o objetivo proposto a ele, seja se tornar um cliente, compartilhar o conteúdo com outra pessoa ou entrar em contato contigo. 

Um copywriter é o profissional que desenvolve copys (os textos persuasivos). Dentro do marketing digital, é uma das profissões mais remuneradas. No entanto, você não precisa se tornar um copywriter profissional para escrever uma história que mexe com o coração das pessoas. 

Para isso, é necessário entender os elementos básicos de uma copy. Falaremos sobre isso em detalhes logo abaixo: 

Características de uma copy

  • Tem foco total no leitor: mesmo que fale sobre seu produto ou negócio, o foco da mensagem deve ser no leitor. 
  • Utiliza linguagem emocional e muitas vezes exagerada: por exemplo, ao invés de “cansado”, prefira “totalmente frustrado”. Ao invés de “ganhar dinheiro” prefira “conquistar a liberdade de jamais se preocupar com o preço das coisas novamente”. Ao invés de “ter um corpo saudável”, prefira “um corpo tão bonito que causará inveja a qualquer pessoa que olhar”.
  • Foca nas sensações provocadas: opta por palavras que gerarão o contexto necessário para que o “ambiente mental” seja formado para influenciar o leitor.
  • Utilizam gatilhos mentais: atalhos verbais e subjetivos utilizados para facilitar a influência sobre o leitor do texto.

Como usar storytelling em seus posts de blog

contar histórias em posts

Tornando os assuntos abordados de forma mais pessoal. Para entendermos isso a fundo, imaginemos que possua um blog sobre música e, nele, ensine a utilizar um programa de edição de partitura. 

Ao invés de simplesmente apresentar o programa e ensinar a instalá-lo, diga como ele te ajudou a aprender música, sobre como você o utilizou para escrever a primeira composição, sobre como sua produção musical se tornou muito mais profissional após ele

Ou então, digamos que você possui um blog sobre técnicas de costura. Ao invés de apenas ensinar uma técnica nova, conte a história de como aprendeu ela com sua avó, de como passavam momentos juntos costurando antes dela falecer e apresente o quanto essa técnica foi significativa em sua vida

Qual o resultado? As pessoas além de aprender o que está ensinando, criarão vinculo emocional contigo, sempre pensando: “Minha nossa! Que corajoso da parte dele/dela compartilhar essa história comigo. Deu para ver como essa técnica é importante”.

Apenas tome cuidado para não contar histórias demais e esquecer do objetivo central do conteúdo. Porque embora o seu texto fique interessante de ler, se perde a capacidade de SEO, fazendo com que um texto maravilhoso não aparece no Google.

Lembre-se que visitantes do Google querem resultados. Sua história deve ser um bônus e não o conteúdo central.

Dúvidas frequentes sobre storytelling

Como saber se minha história está boa o suficiente?

Vendo o feedback das pessoas sobre ela. No início, se não está acostumado a utilizar storytelling, suas histórias ainda terão “furos” comuns. Não se importe com isso e continue escrevendo, até ver que seus textos geram real conexão com as pessoas e te mostram como autoridade no nicho.

Existe alguma maneira de gerar minhas histórias automaticamente?

Há quem peça ajuda de ferramentas de inteligência artificial, mas exceto se for uma história muito bem amarrada e muito bem contada para o prompt da IA, dificilmente o resultado será bom, justamente por ser algo mais “pessoal”.

Preciso falar sobre mim?

Não necessariamente. Seu storytelling pode ser sobre um cliente, um conhecido ou alguém que você admira. A questão não é fazer você se conectar com o público, é fazer o seu texto se conectar. Portanto, pode contar a história de qualquer pessoa, caso faça sentido com o que deseja.

Posso inventar algumas coisas pequenas para deixar a história mais emocionante?

Pode, mas não deve. Prefira selecionar os momentos cruciais da jornada para criar a história. Inventar situações ou falas específicas, além de soar falso, vai te dar a falsa sensação de conexão, por estar ligado demais a impressão do seu texto, ao invés dos resultados dele.

Conclusão: storytelling

No artigo de hoje mostramos como usar storytelling, ou a contação de histórias, para gerar mais conexão com seu público, te fazendo ter mais apreço ao seu conteúdo. Isso ajuda diretamente blogs a crescerem, já que leitores engajados tendem a comprar, compartilhar e divulgar mais o que você escreve.

Esperamos, de coração, que todo esse artigo tenha sido muito útil para você. Se foi, por favor, fale conosco nos comentários. Adoraremos saber o quanto o storytelling te ajudou com seu conteúdo.

Obrigado por ler até aqui. Um forte abraço! Nos vemos no próximo conteúdo.

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